segunda-feira, 23 de julho de 2012

Profissionais de saúde tem saúde?

Muitas ideias que surgem vem nada mais do que pequenas constatações na minha prática. Atuando em um Centro de Saúde de abriga três Equipes de Saúde e especialidades médicas, recebi alguns pedidos de funcionários para uma consulta individual, além de muitas peguntas sobre alimentação pelos corredores. Então nos veio a reflexão: o profissional que atua na saúde (sejam profissionais de saúde ou outros como recepcionistas, auxiliar de higienização, porteiros, etc) tem saúde?

Diversos trabalhos demostram que uma parte significante dos profissionais de saúde apresentam doenças crônicas não-transmissíveis (hipertensão, diabetes, alterações de colesterol), assim como a população em geral. Aquino et al (2001) avaliou a prevalência de hipertensão entre os trabalhadores de enfermagem de um hospital de emergência em Salvador e encontrou uma prevalência de 36,4%, dos quais, 18,3% desconheciam que possuíam a doença. Horta et al (2011) avaliando o perfil de doenças e agravos não transmissíveis dos funcionários de uma Unidade Básica de Saúde em Belo Horizonte encontrou uma prevalência de 27,3% de hipertensão arterial, 27,3% de dislipidemias e 4,5% de Diabetes.


Muitos locais de trabalho não possuem condições favoráveis à alimentação, não sendo disponibilizados utensílios e equipamentos necessários.
 

Pensando nisso, resolvemos montar um grupo com funcionários do Centro de Saúde Dr. José Souto Diniz, no município de Itabaiana. A princípio, o projeto constava de três reuniões com frequência semanal com os seguintes temas:
  • As bases da alimentação saudável - Minha verdadeira pirâmide alimentar
  • Lanche saudável - quais as melhores opções?
  • Boas práticas de manipulação de alimentos - como armazenar os alimentos corretamente?
Com o objetivo de realizar atividades de educação nutricional que promovam a alimentação saudável entre os profissionais de saúde daquela unidade, promovendo assim a discussão e a reflexão sobre seus hábitos alimentares.

A ideia era promover em poucos encontros a resposta a alguns questionamentos sobre alimentação e nutrição, alem de provocar uma aproximação dos profissionais com o serviço de nutrição.

Nos próximos posts conto para vocês como foram as intervenções. Até a próxima!


Referências:


HORTA, P. M.; DINIZ, A. A. A.; PASCOAL, M. N.; LOPES, A. C. S.; SANTOS, L. C. Impacto do aconselhamento nutricional na evolução antropométrica e  dietética dos funcionários de uma Unidade Básica de Saúde. Rev APS, v. 14, n. 2, abr-jun, p.162-169, 2011.

AQUINO, E. M. M. L. L.; MAGALHÃES, L. B. N. C.; ARAÚJO, M. J.; ALMEIDA, M. C. C.; LETO, J. P. Hipertensão Arterial em Trabalhadoras de Enfermagem – Padrão de Ocorrência, Diagnóstico e Tratamento. Arq. Bras. Cardiol, v. 76, n. 3, p.197-202, 2001.



Voltando...

Pois é... não é final de ano, mas é fim de semestre e com isso o trabalho acumulou! Sendo assim, estava sem tempo para novas postagens. Além disso, férias só acontecem uma vez por ano, então fiquei uns quinze dias sem pensar muito em Nutrição (até minha alimentação relaxou um pouco, confesso!).

Mas hoje, necessitei ir ao município no qual trabalho e as ideias retornaram borbulhando em minha mente... Grupos, articulações, novos lugares de atuação! Enfim, deste modo,irei atualizar o blog com as atuações em parceria com meus dois últimos estagiários (Thiago e Alba) para vocês.

Mãos à obra!